sexta-feira, 15 de julho de 2011

Desabafo. [3]

Hoje minha mãe disse que tem vergonha de sair comigo. Isso porque eu estava usando uma calça que estava meia gasta do lado, dava pra ver mais ou menos minha pele, e é uma calça boca-de-sino. A coisa que mais me doeu, foi quando me levantei para sentar em outro lugar no ônibus, ela me segurou, mandou sentar e disse pra que eu parasse de palhaçada. Porra, ela tem vergonha de mim, ela não escuta uma palavra que eu digo, ela não presta atenção em mim, não sabe o nome de nenhum amigo meu, me cobra estudo e não foi buscar meu boletim. E eu que preciso parar de palhaçada.
Não adianta videozinhos de meninas lindas, que tem a mãe doente ou morta, dizendo para amar porque mãe agente tem só uma. Eu não consigo amar ela. Eu não tenho estômago pra ouvir ela reclamar que está velha demais para fazer qualquer coisa. Quando algum parente vem aqui, ela vira um doce, ela arruma sozinha a casa, ela começa a mexer na horta com a enxada e depois reclama de dor nas costas e nas mãos.
Eu não estou reclamando nada, é só mais um desabafo, estou precisando.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Desabafo. [2]

Há alguns meses que eu não me sentia tão sozinha. Não choro, mas fico com aquele olhar de maluca, olhando pro nada, vendo nada e achando ruim. Estou triste sim, de momento em momento lágrimas tentam sair dos meu olhos mas eu as seguro, não quero que meu pai as veja.
Minha mãe não vê que estou triste, ninguém vê. Isso só acontece no período da tarde, ou manhã, mas ultimamente tenho dormido até tarde. Durante a noite eu vejo meus amigos, os poucos que gostam de mim, e passeamos pelo bairro procurando coisas legais mas ilegais para fazer.
O que me dói, é as pessoas que esperam algo de mim que eu nunca mensionei poder dar, me cobram coisas que nunca prometi, querem me ter como uma serviçal, ou simplesmente como idiota pra pedir desculpas por algo que não fiz. 
Ah, quanto ódio eu sinto de mim mesma, por não conseguir ser melhor, ser o suficiente para as pessoas. Sou uma pessoa sem amor, minha alma vai sozinha entre as pessoas, vazia, não sinto mais que uma admiração pessoal. Meu último corte, faz tempo, inclusive foi postado aqui. Que dor enorme, que tristeza maluca. Eu queria muito poder me olhar no espelho e sentir-me bonita, magra e legal.
Mas essa noite, eu sei que vou sorrir. Espero que isso me faça bem para amanhã. Não aguento mais ser tão incompreendida e descartada. Não adianta, ninguém nunca irá entender todas essas marcas nos meus braços, nunca quiseram etender mesmo.
Ás vezes eu sinto vontade de me internar novamente, pois lá fico longe de tudo e quase nada me encomoda, se não fosse precisar passar o dia inteiro recebendo ordens e ter de obedecer calada, ou então me colocam na camisa de força. Fui diagnosticada com depressão e bipolaridade, mais os sintomas boderline. Parei com psicólogo, com psiquiatra, parei com remédios. Parei de me cortar com tanta frequência, parei de ter pensamentos suicidas todas as noites. Mas a única certeza da minha vida ainda é que eu vou morrer, e que eu mesma darei um jeito nisso. Quando? não sei.










Alice Gabriela.

domingo, 3 de julho de 2011

Facção Central - Apologia ao crime.



Não caia na armadilha siga a minha apologia, mesmo de barriga vazia esqueça a jóia da rica.  (8)

AM [2]

E hoje me cortei novamente. Por um segundo a mente se dispersa e não consigo mais ver que isso não pode mais ser feito. Estou triste, estou sozinha e estou gelada. Tudo o que eu queria era uma pessoa do meu lado. Mas a lâmina estava ali de bobeira e eu a peguei e brinquei de machucar a mim mesma.
O que mais me dói, é saber que ele nunca vai entender, nunca vai se preocupar comigo pois mal ele sabe meu nome e meu beijo. Estou sozinha, com frio e triste. Enquanto brincava de machucar meu braço, minha mãe abriu a porta... consegui esconder mas ela me perguntou por que eu estava com cara de assustada. Esperei uns segundos e meu pai apareceu. Perguntou o que eu estava vendo no PC  e saiu quando eu disse que estava vendo clipes de música. Quando ele fechou a porta, voltei a cuidar do ferimento que ardia pouco, mas continuava a sangrar.
Eu queria não estar aqui, eu queria estar na sua companhia. Eu queria que você também quisesse estar comigo. Eu queria não pensar tanto em você e parar de me machucar.
Eu não sei o que estou fazendo em casa, são 20h e 26min. Marquei ás 20h e 30min. Não gosto de combinar as coisas e depois não aparecer. Isso me fez sentir-me um lixo, me colocou no chão imediatamente.
Odeio minha vida, odeio estar viva. Mas que o que é pra mim venha, eu vou até o fim só pra ver o resultado. E se nada der certo, nem a morte venha na hora certa, eu acabarei com qualquer sofrimento que venha a pesar nas minhas costas.
Não aguento mais ficar em casa sem fazer nada. Preciso ver pessoas, preciso conversar e encontrar alguém que me escute. Escrver não é ruim, mas sempre tem um pingo de anti - social e solidão na frase "eu escrevo". Não importa, eu sei que é exagero das pessoas, eu sei que não sou nem solitária nem tão anti - social quanto pareço.



Que venham os próximos problemas, eu e a lâmina vamos esperar e encarar de frente, assim como sempre fizemos de dois anos pra cá. Sem uma pessoa sequer do meu lado, eu me puno por não ser bonita o bastante para você.